terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Gentileza gera gentileza até no trânsito

A Porto Seguro acaba de lançar a campanha por um Trânsito Mais Gentil. A intenção é convencer motoristas, ciclistas, motociclistas e pedestre que se cada um fizer a sua parte e for um pouco menos estressado a cidade será um lugar melhor para viver. Melhor ainda: se cada um fizer a sua parte e convencer uma pessoa a fazer a parte dela, essa será uma cidade menos hostil.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O som ambiente dos ônibus

Os ônibus têm um imenso adesivo avisando: "Lei municipal: proibido usar aparelhos sonoros", mas alguns usuários, além de mal-educados, parecem ser analfabetos. Não adianta, ao menos uma vez por dia, tem um ser insuportável com seu celular no último volume, escutando música no meio do coletivo. O que fizeram com os fones de ouvido? Até hoje, todos os celulares que eu comprei vinham com um, mas acho que os deles não tinham o acessório.
Ontem, indignada com o mundo como eu estava, decidi pedir educadamente: "Por favor, será que você poderia desligar o som?". Ele ficou indignado, como se eu o tivesse xingado: "Não, por quê?". "Porque está incomodando", respondi, sem levantar o tom de voz. Ele foi ficando meio bravo: "Não, não vou desligar, não". Eu ainda insisti, mostrando o adesivo em letras garrafais: "É lei, você não pode ouvir música aqui". E ele foi categórico. "Não posso desligar". Diante da falta de educação anunciada, eu só pude dizer "Tudo bem, então".
O que se faz contra uma pessoa dessas? E por que todas as outras pessoas no ônibus não se anunciam incomodadas também?
O pior é que por alguns minutos, ele ainda ficou indignado e resmungando: "Foda-se que ela está incomodada"...

domingo, 13 de setembro de 2009

Ciclistas são transparentes

Ontem, empolgada com o dia lindo de sol que fazia em São Paulo, resolvi tirar a poeira da bicicleta. Completamente fora de forma, eu pedalo devagar e qualquer subidinha me faz morrer. E foi assim que eu descobri que os motoristas respeitam menos os ciclistas que os pedestres e que os motociclistas.

A rua Muniz de Souza, aqui na Aclimação, tem espaço para uma fila de carro estacionados e outra para eles trafegarem em cada mão de direção. O problema é que é uma leve subida que, para quem está 8 quilos acima do peso e não se exercita há meses, é um trabalho árduo. Só que os motoristas me achavam transparente. Consequência: precisei descer da bike e empurrá-la pela calçada porque, se eu continuasse pedalando na rua, um monte de carros de granfinos iria passar por cima de mim e da magrela.

Uma amiga que esteve em Los Angeles recentemente ficou admirada com o respeito pelas bicicletas na Cidade dos Anjos. "Vi uma ciclista na subida de uma ladeira e, atrás dela, os carros andando sem pressa, sem buzinar", surpreendeu-se.

Na cidade de 11 milhões de habitantes e para não amadores é justamente o contrário. Motorista quer ultrapassar a bicicleta a qualquer custo, independentemente das consequências desastrosas. De preferência, que o prejudicado seja o ciclista e não a pintura de seu lindo sedã.

O respeito às bicicletas está no CTB, mas duvido que os motoristas que comprem carteiras saibam disso:

CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
Das normas gerais de circulação e conduta:
Art. 38 - Antes de entrar em uma rua o condutor deverá ceder passagem aos ciclistas.
Art. 58 - Quando não houver ciclovia, a circulação de bicicletas deverá ocorrer nos bordos da pista, no mesmo sentido de circulação e com preferência sobre os veículos automotores.
Das infrações:
Art. 201 - Deixar de guardar a distância lateral de 1,5 metro ao ultrapassar bicicleta.
Art. 220 - Deixar de reduzir a velocidade do veículo ao ultrapassar ciclista.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Mania verde

Sei, às vezes sou repetitiva no assunto, mas se cada um de nós tomar uma pequena atitude para tornar este um mundo melhor, se não for torná-lo perfeito, ao menos o deixará melhor do que está agora.
Uma das maneiras de tornar este mundo mais bacana é manter o tripé da sustentabilidade: socialmente justo, ecologicamente correto e economicamente viável. Três atitudes que resolveriam o problema mundial. Mas, sim, é bem difícil adequar essa baderna atual a esse tripé.
Já que a gente não pode, de repente, pagar salários mínimos de R$ 1.500, usar apenas papel reciclado e só ter trabalhadores com carteira assinada, podemos aderir a programas que estão a nosso alcance.
Aqui no Brasil, a F/Nazca Saatchi&Saatchi criou a campanha Xixi no banho para a SOS Mata Atlântica. A idéia é economizar 12 litros de água por dia ao fazer xixi no início do banho em vez de usar o vaso antes de ligar o chuveiro. Sim, tal ideia deve ter deixado as mães doidas, mas a intenção dos publicitários era transformar a luta pela sustentabilidade de um monte de não-fazeres para um poder fazer.
A mesma estratégia é usada pela agência Saatchi&Saatchi no exterior. Eles lançaram o programa Saatchi True Blue, no qual estimulam os funcionários a tomar uma atitude. O nome dado à iniciativa é DOT, do one thing (em inglês, fazer uma coisa).
E então, já tomou a sua atitude hoje? Uma dica: troque o carro pelo transporte público no dia do rodízio, ao menos. Não custa tanto assim.

terça-feira, 21 de julho de 2009

A metrópole hostil

Eu adoro morar em São Paulo, mas confesso que tenho um certo medo de envelhecer na cidade.

Cada dia que passa, as pessoas têm mais pressa e se importam menos com outros. Todo dia, vejo pelo menos uma ou duas trombadas no metrô ou nas ruas.

No metrô, é o povo que não espera os passageiros embarcarem para embarcar que causa as colisões; e na rua é a pressa desmedida, que atropela um ou outro pedestre mais desavisado, que resolveu não andar pelas ruas como se fosse tirar a mãe da forca.

Minha avozinha querida, uma senhora dos seus 80 e poucos anos, já foi atropelada, o que reforça em mim esse desejo de não envelhecer na metrópole. Se hoje já trombam em mim, e eu até me considero uma andante bem ágil, quiça quando eu estiver mais lentinha, por conta da idade?

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Quem são os responsáveis por este mundo?

Eu acredito que a grande responsável por vivermos no meio de um caos completo é a mania que temos de responsabilizar os outros pelos problemas.

Cansei de ver gente reclamando do trânsito, mas essas pessoas não deixam nunca o carro em casa.

Tem também os que se queixam do barulho do vizinho, mas nem pensam em tirar os sapatos quando chegam em casa de madrugada para não ficar sapateando na cabeça dos outros.

Parte não se conforma com a cidade suja, mas não faz questão nenhuma de reciclar seu lixo, de diminuir o consumo ou de reaproveitar embalagens. Para não citar os que jogam lixo na rua (mais sobre o assunto em post abaixo).

Outros muitos não se conformam com o tratamento que recebem no trabalho, mas não faz questão nenhuma de ser educado com os porteiros do prédio, com os atendentes das lojas ou com a faxineira.

Não é tão difícil assim melhorar o mundo. A gente só precisa lembrar que acima da vontade individual tem de estar o respeito à vida em sociedade. Simples assim.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

293 km de congestionamento

Há tempos eu não uso o carro regularmente para ir ao trabalho ou à faculdade. Já fui muito criticada, obviamente, por pessoas que não entendem por que raios alguém deixa o conforto de sua caixa poluidora de uma tonelada de metal movida sobre quatro pneus para se enfiar em uma caixa maior ainda, muito mais apertada, sem nenhum conforto, com dezenas de outras pessoas ocupando o mesmo espaço. Simples assim: quero fazer a minha parte.

Claro que o fato de eu me estressar muito no trânsito conta. Enquanto estou parada no congestionamento no ônibus, posso ler, ouvir música, jogar no celular, bater papo com alguém que eventualmente faça o mesmo caminho que eu. Mas o maior motivo é mesmo querer viver em uma cidade melhor. Não tem jeito, se 10 milhões de habitantes usarem o carro não tem como dar certo. Eu sei, o argumento preferido dos não adeptos ao transporte público é a falta de qualidade.

Sim, eu concordo. É ruim andar de ônibus em São Paulo. O Metrô é um pouco melhor, mas, em horário de pico, não ajuda muito. Mas aí vem o meu contra-argumento: quanto mais gente usar e reclamar o transporte público, mais pressão o poder público sofrerá para resolver o problema. Durante cerca de um mês, eu liguei diariamente a SPTrans para reclamar da linha que me leva à USP. Se foram as minhas reclamações eu não sei, mas que a linha voltou a ser menos ruim, voltou.

Uma vez fiz essa mesma manifestação no meu blog e um anônimo (já repararam que sempre que alguém quer criticar ela quer permanecer anônima?!?!) disse: você só defende isso porque mora no centro. Não é verdade. Eu ando de ônibus desde que morava em São Bernardo, trabalhava na Santa Cecília e estudava no Butantã. É uma questão de postura. Sim, é muito mais cômodo eu tirar meu carro da garagem e ir com ele diariamente até o trabalho e depois até a faculdade, mas se todos nós agirmos assim daqui a pouco 293 km de congestionamento não será recorde, será comum. Antes era muito absurdo o trânsito alcançar 170 km. Hoje isso é normal em qualquer saída de feriado. E só tende a piorar. Não tem jeito pra fazer um mundo melhor a gente tem de fazer a nossa parte.

Não, muitas vezes não é legal abrir mão do conforto pessoal e pensar no coletivo, mas é assim _E SÓ ASSIM_ que viveremos numa cidade mais habitável.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Selo da gentileza

Outro dia estava no metrô, esse lugarzinho bastante hostil da cidade de São Paulo, e vi um mocinho, bem mocinho mesmo, levantar prontamente para dar lugar a uma idosa que entrava no metrô, e ele não estava no banco preferencial.

Daí pensei que ainda restam pessoas gentis na grande metrópole e fiquei tendo a ideia de criar um selo para oferecer a essas pessoas, um negócio simples como os dizeres "parabéns pela gentileza".

Minha ideia: andaria com uns selos desses pela rua e iria oferecendo às pessoas que fazem gentilezas, cedendo lugar a idosos, recolhendo o coco do cachorro da calçada, segurando a porta para o outro entrar... enfim, seria uma espécie de campanha pela gentileza.

Seria engraçado, mas eu fiquei com medo, visto que até as pessoas gentis podem entender errado a intenção do selo e partir para hostilidade.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Lixo no chão é coisa de porcalhão!

Hoje, Dia Mundial do Meio Ambiente, quero falar sobre um tema que pra mim está no Top 5 da falta de educação: jogar lixo no chão. Não consigo entender como, em pleno século 21, pessoas que deveriam ser civilizadas ainda emporcalham o lugar em que vivem.

Será que esses seres humanos não entendem que estão fazendo mal para eles próprios? Não importa se você joga o papel do picolé, o guardanapo do lanche, o copo plástico, a latinha de refrigerante, a ponta do cigarro ou o chiclete, perto ou longe de casa. Você está destruindo o planeta em que vive da mesma forma.

O pior é ouvir as desculpas esfarrapadas: ah, não tem uma lata de lixo por perto; eu jogo para poder dar emprego para os garis; eu pago imposto para limparem a cidade. Eu fico imaginando que, se a pessoa faz isso na rua, a sua própria higiene não deve ser lá essas coisas. Não acredito que seja uma pessoa limpinha por inteiro.

Eu tenho orgulho de dizer: não, não jogo lixo no chão. Guardo no bolso, na mochila, carrego na mão quantos quilômetros forem precisos, mas o destino que dou a ele é sempre o mesmo: a lata de lixo. E vai uma dica. Quando masco um chiclete, eu guardo o papel no bolso. Assim, quando terminar, embrulho o chiclete de volta no papel e os dois vão grudadinhos para o lixo.

Confesso que quando era criança eu não tinha essa consciência porque, mesmo na escola, não lembro de ter recebido a educação dos fales que podemos causar. Então, papel de bala e chiclete paravam no chão. Mas, desde que me dei por gente, nunca mais fiz isso e abomino quem faz.

Segundo matéria veiculada no Jornal Nacional, a Companhia de Limpeza Urbana do Rio calcula que 70% do material varrido nas ruas da cidade poderiam estar nas latas de lixo. Os outros 30% correspondem ao lixo natural, como poeira, galhos e folhas de árvores.

De acordo com o JN, Rio e São Paulo gastam juntas

R$ 28,8 milhões por mês com serviços de limpeza de ruas

Também não tenho dó de quem mora grudado ou sobre rios e córregos. Esses moradores despejam todo o seu lixo às margens ou dentro desses locais. São sacos de lixo, pneus, sofás, colchões e toda uma gama de materiais recicláveis ou não. É claro que, quando chove, toda essa sujeira volta para dentro das casas dessas mesmas pessoas. É a vingança da natureza, tão cansada de ser maltratada. Acho justo.

Sem falar em quem fuma e joga a ponta de cigarro no chão. Esses são grandes porcalhões . Mas pelo menos está abreviando sua vida com os males do cigarro e vai continuar poluindo o planeta por menos tempo.

Não importa de onde vem a educação, se de casa ou da escola. Nem qual linha é a melhor, Paulo Freire, Piaget ou Xuxa para Baixinhos. Vamos ajudar a conscientizar os colegas, os amigos, os familiares a deixarem de destruir o planeta em que vivemos. Uma pequena ação como jogar um papelzinho na lata de lixo faz uma grande diferença na preservação do nosso meio-ambiente.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Estressando no trem/metrô

Hoje eu preciso falar sobre a falta de educação e espírito de coleguismo das pessoas que usam metrô e trem para se locomover em São Paulo. São várias as coisas que me irritam quando utilizo esse transporte. Ou seja, estou a ponto de ter um ataque cardíaco porque utilizo todos os dias!

1º. Em algumas estações existe um adesivo na plataforma que indica onde as portas estarão posicionadas quando o metrô parar. Então, você se posta sobre este adesivo e pensa que vai ser o primeiro a entrar, já que chegou primeiro, hã! Mas as pessoas se acumulam atrás e ao seu redor e, quando a porta se abre, a boiada toda quer passar na sua frente.

2º. Será que ninguém além de mim percebe que, se você vai entrar, é melhor deixar quem está do lado de dentro sair primeiro??? Mas as pessoas parecem que gostam de um contato físico e ficam se trombando na porta. É óbvio que se quem quer entrar deixar quem quer sair passar primeiro, a coisa fluiria mais rapidamente!

3º. Os auto-falantes anunciam a cada cinco minutos: “Se você não vai descer na próxima estação, não permaneça na região das portas!” Eu me pergunto: que parte do “não permaneça na região das portas” as pessoas não entendem??? Os corredores ficam livres mesmo com o trem lotado, mas mesmo assim, você precisa fazer contorcionismo e pisar nos pés de 197 pessoas para conseguir sair. E ainda enfrenta o problema dito no item 2º.

4º. Outro aviso muito repetido nos auto-falantes é: “Na impossibilidade de embarcar, aguarde outro trem e não segurem as portas. Isso provoca atrasos na circulação dos trens”. Mas muita gente não respeita. E aí, eu preciso dar meu testemunho. Em geral essas pessoas, que tentam entrar a todo custo no trem/metrô lotado, fazendo força para empurrar a massa que já se espreme dentro do vagão, são homens e, geralmente, de baixa instrução.

É claro que todo mundo quer chegar logo ao trabalho ou em casa depois de um dia estressante. Mas pra que se estressar e incomodar a já tão perturbada viagem de cada um. O que custa dar passagem? O que custa esperar o próximo trem? O que custa respeitar a fila? O que custa ter educação???

E cada dia vai piorando...